Vitamina D
Muito se fala dos malefícios do sol. Contudo, este astro que nos ilumina é também essencial para a nossa sobrevivência.
Entre as várias funções da radiação solar encontra-se a produção de vitamina D, vitamina esta com funções essenciais para o nosso organismo.
A vitamina D, considerada uma hormona esteróide desde meados da década de 1960, é de fundamental importância para a homeostase do cálcio e do fósforo e para a saúde musculoesquelética, desempenhando ainda funções ao nível da imunidade, reprodução, secreção de insulina e diferenciação dos queratócitos (células que integram a epiderme, uma das camadas da pele).
Níveis insuficientes de Vitamina D têm sido relacionados com a patogénese e a progressão de várias doenças, incluindo doenças cardiovasculares, cancro do cólon e próstata, entre outras. Além do seu papel na homeostase do cálcio, acredita-se que a forma activa da vitamina D apresenta efeitos imunomoduladores sobre as células do sistema imunitário, sobretudo linfócitos T, bem como na produção e na acção de diversas citocinas. A interacção da vitamina D com o sistema imunitário tem sido alvo de um número crescente de publicações nos últimos anos. Estudos actuais têm relacionado a deficiência de vitamina D com várias doenças autoimunes, como Diabetes mellitus nsulino-dependente, esclerose múltipla, doença inflamatória intestinal, lúpus eritematoso sistémico e artrite reumatóide.
A vitamina D encontra-se sob a forma de duas moléculas: o colecalciferol (vitamina D3 e principal forma) e o ergocalciferol (vitamina D2). A principal fonte desta vitamina é a radiação ultravioleta, que é essencial para a sua produção a partir do 7-dihidrocolesterol. As formas D2 e D3 são biologicamente inactivas. Uma parte da vitamina D absorvida é convertida em 25-OH vitamina D no fígado, uma forma biologicamente pouco activa, sendo que é nos rins que vai ser produzida a principal forma activa de vitamina D: 1,25-(OH) vitamina D (calcitriol). Contudo, dado o seu curto tempo de semi-vida a determinação da forma activa (calcitriol) não é indicada para o estudo da vitamina D.
O risco de carência de vitamina D pode ocorrer em indivíduos que não estão
expostos o suficiente à radiação solar, ou cuja capacidade de conversão da
vitamina D está reduzida, como é o caso de indivíduos de pele escura, que
contêm níveis elevados de melanina, em idosos, ou em indivíduos cujas
necessidades de vitamina D se encontram elevadas, como é o caso das crianças ou
durante a gravidez.
Como fontes alimentares de vitamina D salientam-se: creme vegetal, gema de ovo, fígado, natas e leite.
Existem suplementos de vitamina D vulgarmente indicados em recém-nascidos e em indivíduos com necessidades acrescidas desta vitamina.
No nosso laboratório é possível dosear a vitamina D em circulação e assim avaliar a necessidade ou não de implementar cuidados extra.
Cuide de si!
LUMILABO, S.A.
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